domingo, 8 de janeiro de 2012

distance

É que eu tenho medo. É , eu tenho medo desse sentimento de pertencer tanto a alguém que torna insuportável a despedida. Viro egoísta porque como tolerar a ideia de ser a única a estar tão ali que nem parece que estou ao mesmo tempo ?

Ele nem sabe. Tantas vezes, de tanto querer ali estar, não estava, já temendo o momento seguinte em que aquilo seria lembrança.
Essa é a dor do meu amor; Tudo que é perfeito entre nós dois vira o meu nó na garganta. O meu medo.

O meu medo de que todas as lembranças que ele tem não sejam as minhas. O meu medo de lembrar sozinha. O meu medo de acabar só lembrando. O meu medo de meus medos o deixarem com medo de mim.

E como eu o culparia?

Ninguém deveria ter usado as suas roupas, ter estado ali para você tocar...
Ninguém deveria ter me tornado nisso .

Me mantendo longe o suficiente para que não seja possível me ler assim, tão de perto.

Um comentário:

Carla Antunes disse...

o momento seguinte não existe... o medo é o passado que também não existe mais.

se alguém te tornou 'nisso', é para cada vez mais você lembrar que o que realmente existe e importa é o perfeito entre vocês dois agora. alguém usou as roupas dele e estava ali escutando-o tocar porque ele precisava ser distrair enquanto você não chegava...

o amor é atemporal. o amor é entender esse medinho todos os dias até você ficar bem de perto... se mantendo perto o suficiente, que seja possível te ler assim...
e virar lembranças...